Brilha, Cosmos


Brilha, Cosmos foi o livro de estréia de Walter. Publicado em 1975, em formato de bolso, teve capa de Rodolfo Mesquita e está esgotado. Uma curiosidade é que o pequeno livro, de 62 páginas sem numeração, não continha qualquer informação sobre o autor, muito menos apresentação ou prefácio.

Trechos de Brilha, Cosmos
Comentários sobre Brilha, Cosmos


Trechos de Brilha, Cosmos


A gente ri, a gente chora
a gente quer ir mais longe
quer que o tempo volte
quer o futuro agora

A gente cresce, quer amar
a gente esquece, quer voltar
e de repente essa névoa nos olhos
me diga por que
por favor me diga por que isso tudo

O que há que vai restar ?



De ficar só tirei minha força
do silêncio faço minha voz
agora está tudo mais calmo
meu corpo mais pronto pra amar

Da inquietude fiquei sereno
no sereno fiz aurora
em minha mente já simples mente
me delicio antes do medo
me reparto antes da dor.



Poesia é ocasião

Poesia é ocaso de tristezas
que se dá no interior da gente
e aflora em forma de palavras.



Cada cidade tem um mercado
onde as coisas são mercadorias
e se compram se pagam
se negociam

Cada cidade é um mercado
onde as pessoas são marcadas
e se dão se trocam
se vendem.



Eu vou seguir o brilho cósmico
que vi passar no céu da minha terra

eu já senti o brilho cósmico
que vi chegar no céu da minha boca

Brilha cosmos
trilho cósmico
que chega sem sair
do chão do ar
do cosmos brilha

Brilha, kosmos!



Comentários sobre Brilha, Cosmos


Os críticos literários precisam prestar atenção ao jovem poeta Walter Cabral de Moura, que acaba de publicar o seu primeiro livro - BRILHA, COSMOS - dividido em estações . . . Creio que o seu livro é uma estréia séria . . . uma perturbadora poesia de prospecção espiritual.
Nilo Pereira, Jornal do Commercio, Recife.

. . . Da vida, ele quer a possibilidade de entendê-la. O caos o incomoda. "Poesia é ocasião", confessa poeticamente. Ao que parece, sabe aproveitar a chance, embora esteja consciente, na "Passagem 3 – o Poeta", de que professa "um ofício antiquado". Walter é um desses raros que ainda tem a humildade de ser poeta. . .
Paulo Fernando Craveiro, Diario de Pernambuco, Recife.

. . . a abordagem que faz do homem, em versos, traz novas e insuspeitadas dimensões para a poesia jovem do Recife. Lírico, telúrico e ritmado, fundamente ritmado, BRILHA, COSMOS interfere no Criador e na criação; ordena, analisa, critica e interpreta e levanta dúvidas que não são de um jovem, mas de adulto que deixou anos de vida no claro dos dias e no escuro das noites . . .
Cyl Galindo, Jornal de Letras, Rio de Janeiro.

. . . Trabalho lírico de um jovem de 18 anos. Cheio de mensagens bonitas, demonstrando muita sensibilidade e extraordinária vocação para as letras. . .
O Dia, São Paulo.

. . . O livro, porém, foi para mim um desmentido e uma revelação, porque tem o que busco e tão raramente encontro, salvo em uns poucos filósofos e em raríssimos poetas, que é a arte da fecundidade, o segredo de ilimitar cada presente . . .
Mário Márcio de Almeida Santos, Diario de Pernambuco, Recife.

. . . Nada sei a respeito do autor. Se for jovem e estreante como parece, pode prever-se para ele um futuro promissor, porque não lhe faltam a imaginação e o ritmo indispensáveis à verdadeira poesia. . .
Edson Nery da Fonseca, Confidencial Econômico NE, Recife.