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". ... Mas um trecho lírico só desabrocha inteiramente na quietude de uma vida solitária. E mesmo este desabrochar não é sorte que seja dada todos os dias ao leitor. Folheamos uma coletânea de canções. Nada nos comove. Os versos nos soam vazios e surpreendemo-nos com o poeta vaidoso que se deu ao trabalho de escrever tais coisas, catalogá-las e entregá-las a seus contemporâneos e à posteridade. Subitamente, porém, numa hora especial, uma estrofe ou toda uma poesia comove-nos. . ." (Emil Staiger, citado no posfácio).

". . . Livro dos Silêncios é um daqueles livros que colocamos no saco de náufrago para relermos numa ilha deserta." (Mário Márcio de Almeida Santos, no prefácio).

A gente cresce, quer amar
a gente esquece, quer voltar
e de repente essa névoa nos olhos
. . .
O que há que vai restar ?

De ficar só tirei minha força
do silêncio faço minha voz
. . .
Da inquietude fiquei sereno
no sereno fiz aurora
em minha mente já simples mente
me delicio antes do medo
me reparto antes da dor.

A nós, rostos e figuras para agradar espelhos,
melhor seria que nossas imagens refletidas
não nos vissem.

Estas, entre outras, as indagações, constatações e perplexidades que Walter Cabral de Moura lançava, quase menino ainda, em sua estréia literária, com Brilha, Cosmos.
Passados vinte e cinco anos, decide romper seus silêncios acumulados (melhor talvez dizer revelá-los) neste Livro dos Silêncios, e o faz da mesma maneira ritmada e lírica de antes.
No prefácio, o Acadêmico Mário Márcio de Almeida Santos indica, com maestria, tonalidades, sombras e signos que passariam despercebidos, possivelmente, pelo leitor mais distraído.


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